OS FILHOS NOBRES REJEITADOS DO PAÍS

A propósito da emigração de mais um filho da nação desiludido com os rumos do país que ficámos a saber esta semana. Maria João Pires, retirou-se de Portugal amargurada e triste declarando que o país a tratou muito mal e que tenciona ficar no Brasil.
Levantaram-se vozes na imprensa e “inteligentsia” a bradar contra essa nobre representante da cultura portuguesa reconhecida internacionalmente como uma das maiores virtuosas do piano, vociferando pela sua ingratidão pelo apoio que a mesma teria recebido para o seu centro cultural e artístico que a mesma decidiu patrocinar e construir em Portugal acreditando “ingenuamente” que as promessas de apoio e estrutura que havia proposto teriam o necessário suporte por parte do Governo.
São esses os mesmos que também se insurgiram contra o pedido de isenção de impostos do prémio aos jogadores da Selecção nacional de futebol, que levaram o país ao 4º lugar do campeonato do mundo, apesar da mesma estar legalmente prevista para os desportistas que obtenham resultados relevantes nas competições importantes.
Temos assim emais uma vez o incentivo à mesquinhez e à inveja a imperar mais uma vez e a desestimular quem eleva o país ao melhor que Portugal tem para o representar nas áreas respectivas.
Tais críticos, desde os membros do governo aos comentaristas mais lidos nos jornais diários*, são exactamente os mesmos que se perfilam quando a ocasião surge, para adular e a querer aparecer junto seja com a Maria João seja com os jogadores da selecção.
Triste país este que rejeita os seus melhores valores e os seus melhores filhos e aplaude a mediocridade e a incompetência!
Ninguém é mesmo profeta na sua terra!
* A excepção a estes fica com Clara Pinto Correia, cuja lúcida inteligência e visão intuitiva a respeito das declarações de Maria João Pires é de enaltecer (crónica no DN de 2.08.06)
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