Mar-Alto

Opinião livre e inconformada.

A minha foto
Nome:
Localização: Lisboa, Portugal

Um resistente á crescente barbarie.

domingo, maio 21, 2006

Envelope 9 ou o naufrágio de Souto Moura


Não houve surpresa no relatório da investigação do Procurador geral Souto Moura a respeito..

A culpa do inquérito conter dados pessoais de contactos de outros que não os arguidos suspeitos, não é dos serviços do MP.
É da PT que os enviou nas disketes solicitadas, a PJ que analisou a informação não viu, os procuradores tb não e portanto os jornalistas que detectaram a coisa é que são os culpados.

Fantástico....

O Procurador conclui, e o presidente do sindicato do MP Cluny apoia a conclusão, que se os procuradores encarregues da investigação não sabiam, não podem ser responsabilizados..........

Temos assim que doravante quem disparar uma arma e acertar em alguém qe não sabia que estava na mira de tiro, ou quem conduzir um carro e matar algum pedestre que não sabia ir a atravessar naquele momento, ou quem se encostar ao parapeito de uma janela e tombar um vaso que matar o transeunte que por acaso infeliz passava na rua....não poderão ser responsabilizados!!!!!!!!!

A negligência deixou assim de ser punível em Portugal..

Com este relatório afundou-se o MP, e doravante, deixa a impressão indelével que hoje, é a mais fraca das profissões jurídicas a anos luz da Advocacia e da Magistratura Judicial....

É que quem tem tais lideres, Moura e Cluny, não pode ser grande "espingarda"....

domingo, maio 14, 2006

Pusilânime..

Emigrantes no Canadá


As recentes notícias sobre os emigrantes que viram a sua autorização de residência caducada devem ser motivo de reflexão.

Por um lado, temos aqueles que defendem a atitude do Governo do Canadá por se tratar da aplicação da lei vigente e por ter sido invocado o estatuto de refugiado político. Esta invocação não é admissível quando o país de origem (Portugal) é uma democracia tolerante. Por outro lado, temos aqueles que condenam com o argumento de que o Governo daquele país é conservador e, por isso, as sucessivas decisões de repatriamento não são mais do que expedientes “nacionalistas” destinados a impedir a entrada de estrangeiros como força de trabalho.

Devo dizer que nem o argumento da legalidade é válido porque a dignidade da pessoa humana deve ser protegida mesmo que se trate da aplicação da Lei, nem o argumento do conservadorismo do Governo do Canadá faz sentido porque, hoje em dia, os governos de direita e de esquerda tendem a admitir a entrada de estrangeiros para o mercado de trabalho, embora com sujeição a restrições.

O problema está no tratamento digno que os nossos emigrantes devem ter num país estrangeiro, particularmente, no Canadá. Trata-se de uma exigência que tem de ser firmemente defendida pelo Governo português junto das autoridades daquele país.

Não é admissível que um país, a pretexto da aplicação de uma lei, dê meia dúzia de dias a famílias inteiras para pegarem na trouxa, deixarem bens e afectos (e sabe-se quanto estes são importantes nas comunidades emigrantes) sob a ameaça de prisão.

É preciso não esquecer que os nossos emigrantes estiveram a trabalhar legalmente naquele país, pagaram impostos e contribuíram para o aumento da sua riqueza. Tinham os filhos na escola e que se saiba, não eram delinquentes nem causavam perturbação nos locais onde viviam e trabalhavam.

O Governo de Portugal deve ser muito claro perante as autoridades do Canadá e afirmar que, pese a Lei vigente, há critérios da sua execução que não podem ficar alheados de direitos fundamentais da pessoa humana. Estes direitos fundamentais estão previstos em convenções universais, aplicam-se a qualquer nação civilizada e não excluem o Canadá.

E se este argumento não bastasse, pelo menos que aquela jovem nação do continente americano se não esquecesse dos milhões de portugueses que trabalharem e trabalham naquele país, contribuindo para a potência económica que hoje é. De algum modo esses portugueses ajudaram à formação e desenvolvimento de um país que, em certo sentido, se contrapõe aos Estados Unidos pela forma como impede que o mercado seja o único a ditar as regras de convivência na sociedade.

Esperava-se que o Governo de Portugal assumisse agora uma atitude que, em boa verdade, deve também ancorar-se em posição tomada pelos deputados da Nação, ou não sejam eles também eleitos pelas comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo.

Infelizmenten parece que Freitas do Amaral se limitou a sair de Ottawa com uma mão cheia de nada...